Balanço da Temporada - GFA do Ribatejo

O FORCADO AMADOR está a publicar um ciclo de pequenas entrevistas de balanço de temporada aos cabos de todos os Grupos de Forcados que actuaram este ano nas arenas portuguesas.
Depois dos cabos dos Grupos de Évora, Caldas da Rainha, Monforte, Monsaraz, Pinhal Novo, Montemor, São Manços, Beja, Lisboa, Moita, Vila Franca, Ap. Barrete Verde, T.T. Terceirense e Arronches, e que pode rever no separador "ENTREVISTAS", publicamos agora o balanço da temporada do realizada pelo cabo do Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo - João Machacaz

O Grupo do Ribatejo surpreendeu-nos a todos na temporada de 2012. Foi o grupo que mais corridas pegou, a par dos Amadores de Alcochete, pisaram arenas importantes, marcaram presença em 4 corridas televisionadas e arrebataram vários troféus de Melhor Pega. Realizaram 118 tentativas para pegar os 61 toiros que enfrentaram, com uma média de 1,93 tentativa/toiro, posicionando-se no 2.º lugar do nosso Escalafon de Corridas (dados FORCADO AMADOR).

O primeiro Grupo com a denominação de Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo, apareceu no começo do século XX (1905), e teve como cabo fundador o sr. Jaime Godinho.
João Machacaz é o 15.º cabo da história deste grupo, que ao longo dos anos sofreu algumas interrupções de actividade. Recebeu o comando do grupo em 2009 das mãos de Joaquim José Penetra.
O actual cabo João Machacaz, embora bastante jovem, já passeou a sua classe, coragem e valentia pelas praças de toiros não só em Portugal, bem como França e Espanha.

Forcado Amador (F.A.) - Quantos elementos se fardaram em 2012 com a vossa jaqueta?
João Machacaz (J.M.) - Em 2012 tiveram o prazer de se fardar 32 forcados com as ramagens da nossa jaqueta.

(F.A.) - Qual a idade do forcado mais novo, do mais velho e qual a média de idades?

(J.M.) - A idade do forcado mais novo é de 15 anos, e do mais velho é de 39 já a media de idades da nossa formação é de 25 anos.

(F.A.) - Qual o balanço geral da temporada de 2012 para o seu grupo?

(J.M.) - O balanço geral da temporada para o meu grupo é o mais positivo possível, pois este ano realizamos 25 corridas em Portugal ficando assim no topo do escalafon assim como tivemos o prazer de pegar nas melhores praças do pais tais como: Setúbal, Póvoa do Varzim, Albufeira, Campo Pequeno, Cartaxo, Elvas, Vila Franca de Xira, Santarém, Redondo entre outra também de muita importância. Um dos factos que também foi muito positivo para nos e nunca se tinha registado no nosso grupo foi o facto de realizarmos 4 corridas tv, onde nelas todas honramos e dignificamos a imagem do forcado amador.

(F.A) - Qual o momento que destaca pela positiva em 2012?

(J.M.) -O momento que destaco pela positiva, e visto que o forcado é quem mais emoção traz a festa, foi no dia 2 de Agosto, na corrida do emigrante em pleno campo pequeno a despedida de um senhor forcado com o nome de Joaquim José penetra, apos a primeira tentativa e nessa mesma, fraturou o braço esquerdo em 2 sitios, e mesmo muito combalido acaba por fazer mais duas tentativas acabando por demonstrar a verdadeira alma de forcado, concretizando assim a 3º tentativa.

(J.M) - E pela negativa?

(J.M.) - Pela negativa de facto destaco as lesões que ocorrem durante a época, pois não é só o facto de ser doloroso, assim como acaba por nos invalidar a nível profissional onde no meu ver é nesse sector que acaba por nos afectar mais.

(F.A) - Infelizmente os forcados têm que saber conviver com as lesões provocadas por colhidas. Quais as lesões mais graves que ocorreram no seu grupo? E como estão a recuperar os forcados em causa?

(J.M.) - As lesões mais chatas foram: do Sr. Joaquim José penetra fratura do braço esquerdo, Afonso Fofo rotura de menisco com ligamentos cruzados, e do Raúl Jesus também menisco com fartura da rotula, estes três elementos, tiveram que ser operados e todos eles ainda se encontram a recuperar fisicamente.

(F.A) - Uma mensagem para todo os que nos lêem...
(J.M.) - A mensagem que deixo é simples: ser forcado é um conjunto de sentimentos e emoções fortes, vividas em pequenos segundos realizados durante uma pega, onde só a entreajuda e amizade de mãos dadas, superam a magnifica investida do toiro. A nossa festa esta bem viva, de boa saúde e recomenda-se. Agora apelo a todos que gostam deste espetáculo para nos unirmos de vez, e pegar-mos de caras esses movimentos anti touradas.