Entrevistas: Vasco Lobo - Antigo Forcado dos Amadores de Montemor

"O forcado do grupo de Montemor é diferente, são muito perfeccionistas, dedicados e amigos uns dos outros, todos pensam como Grupo e não individualmente, apesar de haver sempre quem se destaque,  mas o importante é o grupo. (Vasco Lobo)"

 

No próximo domingo, dia 28 de Outubro, pelas 17 horas, terá lugar na Catedral do Forcado, em Évora, a Corrida de Exaltação ao Forcado Alentejano, e em praça para pegar um poderoso curro de  Herdade de Pégoras, estarão os Amadores de Montemor e Évora.

O FORCADO AMADOR entrevistou dois antigos forcados que envergaram,  um a jaqueta de Montemor, outro a de Évora e que dia 28 lá estarão a apoiar o seu grupo na Arena d'Évora!

Vasco Maria Silveira Lobo, nasceu a 10 de Março de 1972 em Évora, e vestiu a jaqueta da ramagens dos Amadores de Montemor entre os anos de 1991 e 1996. Fardou-se pela primeira vez na praça de toiros da Chamusca a 9 de Maio de 1991. Continua sempre que lhe é possível a acompanhar o seu grupo de Montemor.

Vitor Besugo (VB) – Como nasceu o teu gosto pelos toiros e, como chegaste ao Grupo de Montemor?

Vasco Lobo (VL): O gosto pelos toiros nasceu desde pequeno, sou alentejano e naturalmente gostei de touradas desde que me lembro.
Comecei a ir com os meus pais as touradas e gostava mais  dos cavaleiros que dos forcados, hoje já não é assim.

A minha ida para o grupo de Montemor deve-se aos amigos, nomeadamente o João Sousa e o Pedro Sotero que já estavam no GFA de Montemor e estudavam comigo. No inicio ia ver a malta amiga a treinar e nas corridas, nunca pensei que me iria fardar, depois  um dia fui a um treino experimentei (o jeito não era muito) e em 1991 fardei-me pela 1ª vez pelo GFA Montemor.
 

(VB) – Como defines o "Forcado de Montemor"? 
(VL): - O forcado do grupo de Montemor é diferente, são muito perfeccionistas dedicados e amigos uns dos outros, todos pensam como grupo e não individualmente, apesar de haver sempre quem se destaque, mas  o importante é o grupo.

(VB) - Quais foram os forcados que mais te marcaram?

(VL): - Pedro Sotero, João Sousa, Carlos Pegado e António José Pina de caras, 1º ajuda o Tó Lopes .

(VB) - Qual o momento, ou momentos, que melhores recordações te trazem do mundo dos toiros? 

(VL): -  Várias recordações, mas os amigos que la fazemos são o mais importante.

(VB) - E os piores momentos?

(VL): -  Nos Açores quando fui colhido com gravidade e fiquei 11 dias internado.

(VB) - Certamente que viveste grandes aventuras com os teus companheiros de Montemor. Queres partilhar uma história engraçada vivida no seio do grupo?        (VL): - Tenho várias historias umas não se podem contar....he he he!!! Mas das melhores foi quando em Estremoz, soltamos uma girafa que pertencia a um circo e o Paulo Ponte e Pedro Sotero a quiseram cernelhar ....o resto imaginem!!

(VB) – Vasco, como analisas o actual momento dos Amadores de Montemor?

(VL): - O grupo de Montemor esta num excelente momento e com um final de época muito bom, com alguns dos mais novos como o Chico Borges, António Vacas de Carvalho e Manuel Ramalho a chegarem à 1.ª linha, tendo feito algumas das melhores pegas que vi este ano, depois os consagrados a realizarem uma época também ao mais alto nível.
Existe alguma renovação no grupo quer nos ajudas quer nos caras com rapaziada nova muito boa e valente, vai fazer certamente com o Zé Maria Cortes fique até ao 75 anos do grupo muito bem acompanhado.

(VB) – Dia 28 de Outubro vai realizar-se em Évora a corrida de Exaltação ao Forcado Alentejano. Vais estar presente? E o que esperas dessa corrida?
(VL): - Vou estar presente, claro!!! Com muita malta antiga e a beber umas latinhas... Espero que a corrida seja um terminar de época para o grupo em grande e ao mais alto nível como sempre, vai ser um dia com muita amizade e diversão porque os dois grupos tem bastantes amigos e família em comum, que corra bem aos dois lados e ninguém se aleije.

(VB) – Finalmente, um conselho para quem ser Forcado?

(VL): - Ser forcado é uma escola de vida, por isso quem quiser sê-lo que o faça por gosto, no meio dos amigos ou onde se sentir bem, mas ao mesmo tempo com muita responsabilidade e sempre a elevar o nome do forcado ao mais alto nível e sempre com uma enorme dignidade.