- JOAQUIM VALENTIM - Teria nascido em 1852/53, pois tinha a mesma idade de José Carraça, dado serem amigos, compadres e terem constituído uma dupla de forcados famosa nos fins do século XIX. O carácter destes dois homens, valentes a pegar toiros e temíveis, granjear-lhes-iam fama desmedida, tão conhecida que nenhum homem em Alcochete se atrevia a provocá-los! Dizia minha mãe; «a fama deles era tal, que os mais valentes das terras vizinhas os vinham cá desafiar e, quem viesse, nunca ia de boa saúde, e alguns até sem orelhas!»
Pouco se sabe de concreto sobre a sua adolescência , mas Leonor do Carmo Oliveira Sena da Silva - bisneta do Comendador, diz que Joaquim Valentim, além da Estalagem, era embarcadiço em “vapores de longo curso”, tendo ganho algum dinheiro nessas viagens isto, segundo relatos do seu avô Comemdador, confirmado com as peças orientais antiquíssimas encontradas na casa onde morava. O que se sabe é que no seu jazigo está gravado ... «o seu princípio foi vender vinho», não se sabendo em que período da sua vida foi “embarcadiço”, mas pensa-se que ainda muito novo, uma vez que «quando chegava só pensava em pegar toiros», e assim continuou até começar nos negócios, no qual, parece ser sido bem esperto para a época, vindo do nada.
Comprou casas e terrenos no ”Entroncamento” (Alcochete), uma enfardadeira e começou a vender fardos de palha para os lavradores da região. Compra também um barco e aproveita a vazante para levar para Lisboa os homens que iam para o carvão, umas vezes, e outras levava mercadorias para vender. Na enchente, trazia enchidos, toucinho, outros produtos e vendia o que vinha de Lisboa, principalmente “botas”, sendo neste caso a primeira sapataria em Alcochete. Com uma carroça, passa a vender estes produtos, indo pela lezíria até Samora Correia. Quem a conduzia e vendia era o seu sobrinho Valentim Barrinha. Como iam ficando alguns “calotes” pelo caminho, quando os trabalhadores começavam a assar o toucinho - ainda hoje corre em Samora – lá vinha o “dichote” ...«xia ... xia ...Valentim!»
Anotámos este parágrafo de um conhecido crítico taurino, quando de uma visita a Alcochete pela altura das festas:-
- «No lado norte da vila, existe um edifício de airoso aspecto, em que residiu o famosíssimo moço de forcado e colossal cernelheiro Joaquim Valentim, de quem se contam façanhas infindas».
Tem o original jazigo em Alcochete, a que deu o traço para o projecto, incluindo a inscrição e alegorias, ornamentado com: 1 jarro de vinho, 1 copo, uma caneca, uma cabeça de toiro com 1 par de bandarilhas e 1 capote por cima, e 1 barrete em baixo; 2 “forcados” cruzados e entrelaçados com uma cinta, existindo à uns anos um conjunto de 10 cabrestos em loiça fina, entretanto desaparecido. Na pedra lateral esquerda pode ler-se:- «sendo o princípio da sua vida pegár em toiros e vender vinho, sendo a sua última péga de touros na práça do Campo Pequeno em 1 de Agosto de 1915, benefício do Cadete , touro Caracol de Emílio Infante». Tudo em relevo sobre mármore.
Entre as várias corridas que efectuou, conhecemos duas; uma na Praça do Campo de Sant’Ana; outra em 16 de Junho de 1907 na Praça de Toiros do Campo Pequeno, além da acima citada.
Conta a bisneta do Comendador Estevão de Oliveira:- «Joaquim Valentim era um homem que fazia coisas para qualquer outro impossíveis, imprevisível, terrivelmente arrojado e temível! Só pensava em pegar toiros, fosse em corridas, na charneca ou em entradas... sempre com o seu compadre José Carraça!»
Existe referência a uma festa promovida pelo Padre Cruz a 17 de Julho de 1910 numa escola em Alcochete e publicada no jornal “A Voz de Alcochete”:-
-«O famoso Joaquim Valentim ofereceu um jantar aos mencionados alunos e, como a refeição sobejasse, terminado o repasto, Valentim mandou distribuir a comida pelos pobres mais necessitados da vila, aos quais também deu os pratos e as colheres com que serviram à mesa.
O nome «Valentim» ficou para a posteridade através de seus três sobrinhos; Valentim Barrinha, Joaquim Valentim e seu irmão José Luís Valentim - o mais famoso.
José Barrinha Cruz
Pouco se sabe de concreto sobre a sua adolescência , mas Leonor do Carmo Oliveira Sena da Silva - bisneta do Comendador, diz que Joaquim Valentim, além da Estalagem, era embarcadiço em “vapores de longo curso”, tendo ganho algum dinheiro nessas viagens isto, segundo relatos do seu avô Comemdador, confirmado com as peças orientais antiquíssimas encontradas na casa onde morava. O que se sabe é que no seu jazigo está gravado ... «o seu princípio foi vender vinho», não se sabendo em que período da sua vida foi “embarcadiço”, mas pensa-se que ainda muito novo, uma vez que «quando chegava só pensava em pegar toiros», e assim continuou até começar nos negócios, no qual, parece ser sido bem esperto para a época, vindo do nada.
Comprou casas e terrenos no ”Entroncamento” (Alcochete), uma enfardadeira e começou a vender fardos de palha para os lavradores da região. Compra também um barco e aproveita a vazante para levar para Lisboa os homens que iam para o carvão, umas vezes, e outras levava mercadorias para vender. Na enchente, trazia enchidos, toucinho, outros produtos e vendia o que vinha de Lisboa, principalmente “botas”, sendo neste caso a primeira sapataria em Alcochete. Com uma carroça, passa a vender estes produtos, indo pela lezíria até Samora Correia. Quem a conduzia e vendia era o seu sobrinho Valentim Barrinha. Como iam ficando alguns “calotes” pelo caminho, quando os trabalhadores começavam a assar o toucinho - ainda hoje corre em Samora – lá vinha o “dichote” ...«xia ... xia ...Valentim!»
Anotámos este parágrafo de um conhecido crítico taurino, quando de uma visita a Alcochete pela altura das festas:-
- «No lado norte da vila, existe um edifício de airoso aspecto, em que residiu o famosíssimo moço de forcado e colossal cernelheiro Joaquim Valentim, de quem se contam façanhas infindas».
Tem o original jazigo em Alcochete, a que deu o traço para o projecto, incluindo a inscrição e alegorias, ornamentado com: 1 jarro de vinho, 1 copo, uma caneca, uma cabeça de toiro com 1 par de bandarilhas e 1 capote por cima, e 1 barrete em baixo; 2 “forcados” cruzados e entrelaçados com uma cinta, existindo à uns anos um conjunto de 10 cabrestos em loiça fina, entretanto desaparecido. Na pedra lateral esquerda pode ler-se:- «sendo o princípio da sua vida pegár em toiros e vender vinho, sendo a sua última péga de touros na práça do Campo Pequeno em 1 de Agosto de 1915, benefício do Cadete , touro Caracol de Emílio Infante». Tudo em relevo sobre mármore.
Entre as várias corridas que efectuou, conhecemos duas; uma na Praça do Campo de Sant’Ana; outra em 16 de Junho de 1907 na Praça de Toiros do Campo Pequeno, além da acima citada.
Conta a bisneta do Comendador Estevão de Oliveira:- «Joaquim Valentim era um homem que fazia coisas para qualquer outro impossíveis, imprevisível, terrivelmente arrojado e temível! Só pensava em pegar toiros, fosse em corridas, na charneca ou em entradas... sempre com o seu compadre José Carraça!»
Existe referência a uma festa promovida pelo Padre Cruz a 17 de Julho de 1910 numa escola em Alcochete e publicada no jornal “A Voz de Alcochete”:-
-«O famoso Joaquim Valentim ofereceu um jantar aos mencionados alunos e, como a refeição sobejasse, terminado o repasto, Valentim mandou distribuir a comida pelos pobres mais necessitados da vila, aos quais também deu os pratos e as colheres com que serviram à mesa.
O nome «Valentim» ficou para a posteridade através de seus três sobrinhos; Valentim Barrinha, Joaquim Valentim e seu irmão José Luís Valentim - o mais famoso.
José Barrinha Cruz
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